era sexta de sol. aquele sol quentinho de quando a gente acaba de encerrar o expediente e uma paz invade só porque toda sexta de sol tem cheiro de descanso. eu estava infeliz e esses dias eram mais importantes que meu próprio nascimento. minha mãe me buscou no trabalho e tinha sido um privilégio e tanto e para minha deliciosa surpresa, minha irmã isa estava junto. o banco de trás estava vazio e era todo meu. tirei as botas de segurança, pesadas e quentes. e deitei no banco. o caminho de casa é diferente quando assisto de baixo para cima, só via céu, sol, fios, pássaros e prédios. mas ainda era o caminho de casa. tinha a música do vento por causa de uma estrada livre e a velocidade. minha irmã falava muito sobre algo e sempre repetia a ultima palavra duas vezes pra dar ênfase, mas estava em um tom tão perfeito que parecia uma melodia gostosa.
acho que dormi depois disso.
